sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

....é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações (...) A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
(A Carta da Terra, p.xvii)






Em um ano do Programa de Educação Ambiental Pátios Ecológicos já é possível destacar pontos positivos:


• Práticas da interdisciplinaridade;
•Envolvimento de praticamente toda a comunidade escolar - alunos, funcionários, professores e pais;
• O conhecimento e a conscientização dos mesmos sobre as práticas positivas em relação ao meio ambiente como: separação do lixo, produção de alimentos saudáveis na horta da escola, uso sustentável da água, reciclagem, compostagem, plantio de árvores nativas.
• A Educação Ambiental tem levado os alunos a práticas e cuidados com a flora e fauna existentes na escola e seus arredores. Verificamos a diminuição das depredações nos jardins, hortas e bichinhos neles encontrados.
• Estamos Recuperando uma Mata Ciliar no bairro Morro Agudo junto com duas escolas. Esperamos que seja exemplo ou mola propulsora para outros projetos do gênero.

No Centro Educacional Dona Olga de educação infantil, no bairro Areias, as crianças cuidam das árvores plantadas no pátio, pintaram as placas de identificação das árvores plantadas, ajudam a construir uma hortinha, ajudam a colocar os inços do pátio nos canteiros e pra virar adubo, aprendendo que estamos dando comidinha para as plantas...assim, estamos aos poucos construindo conhecimento sobre o ciclo da matéria orgânica no solo e sobre e sobre a fertilidade. Aumentando também a capacidade de integração e socialização nas atividades de manutenção ou na construção das sementeiras para a produção das mudas.
As manifestações dos alunos são marcadas por um grande desenvolvimento da linguagem oral, descritiva e narrativa, das nomeações dos objetos e seres vivos para se comunicarem com seus colegas.






Chuchus, abobrinhas e pés de batata já fazem parte do pátio da Escola Ernestina Pereira Martins, no bairro Sorocaba, onde antes existia brita hoje há vida, um verdadeiro laboratório ao ar livre. Um vizinho doou esterco de gado e os próprios alunos foram buscar, com pás e carrinho. Levantamos canteiros com bambu trançado, fizemos as mudinhas... e nestes espaços as crianças estão aprendendo os ciclos das plantas, sua necessidades e como se produz alimentos saudáveis. Na composteira acompanhamos o processo de decomposição da matéria orgânica (cascas, folhas, inços tirados do pátio e até aparas de lápis). Verificamos a importância dos animais decompositores como minhocas, centopéias, além das invisíveis bactérias, para produzir terra fértil. Esta conexão entre todos estes elementos, e tudo em constante mudança, forma a grande Teia da Vida. Aos poucos, a partir do exemplo das turmas do pré, a escola está começando a separar os materiais recicláveis e também realizou dois mutirões de limpeza da rua, para inspirar as pessoas a jogar o lixo nas lixeiras, impedindo que estes materiais venham a poluir as águas da lagoa, de rios e do mar.








A Escola Estadual Frederico Santos tem em seu pátio mais verde, cerca de 20 novas árvores nativas e frutíferas foram plantadas por alunos de várias turmas, mas uma 8ª série dedicou-se mais às regas, manutenção e cartazes sobre as árvores. Uma 7ª série se dedicou às plaquinhas de identificação. Contamos com a parceira das professoras de Geografia, de Artes, de Português e do professor de Sociologia.
Na horta todas as turmas de 5ª a 8ª e Ensino Médio colocaram a mão e muita energia na confecção dos canteiros. Todos sempre foram estimulados a juntar o lixo do pátio. Mas foram as turmas de 1ª a 4ª séries que mais puderam ser envolvidas na produção das mudas em sementeiras, no transplante para o canteiro definitivo, nos cuidados de rega, na retirada dos inços, compreendendo porque eles aparecem, e finalmente a colheita das verduras. Para finalizar o ano e manter os canteiros ocupados com cobertura verde, foram plantados amendoins e feijões que requerem menor cuidado e que, por serem leguminosas, melhoram a qualidade do solo pois trazem nitrogênio do ar para a terra.


Na escola Especial APAE, a horta também já produz algumas verduras como couves, chuchus, cebolinhas verde, alfaces.






Atividades na horta dão oportunidades de aprendizagem para todas as crianças, mas tem resultados particularmente interessantes para crianças com necessidades especiais.
Os alunos mostram-se mais independentes diante dos procedimentos, das formas de trabalho e das ações que aprenderam na atividade anterior, estabelecem rotinas de cuidados com as plantas e com o Pátio, respeitando todas formas de vida.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Primeiro Ano do Programa Pátios Ecológicos nas Escolas de Paulo Lopes

A Escola Targina Boaventura da Costa, no Bairro Ribeirão, é a escola que possui a maior área de pátio, onde está sendo formado um pomar, com plantio de 26 árvores frutíferas nativas (jabuticabeiras, pitangueiras, goiabeiras, seriguelas, araçás, cerejeiras). Os alunos auxiliaram no plantio e agora estão sendo envolvidos nos cuidados de manutenção da mudas. Também foram criada a horta com canteiros em formas de lua, estrela, bola, etc...com muitas variedades de hortaliças. O canteiro com moraguinhos é o mais visitado. Foram colhidos rabanetes, beterrabas, salsas, rúculas, alfaces que foram colhidas e algumas permaneceram nos canteiros para que pudessem acompanhar todo o ciclo da planta com a produção das sementes, que foram colhidas para serem semeadas logo que iniciarem as aulas. Ali também protegemos os canteiros com amendoim e feijão que serão colhidos em fevereiro de 2011, quando as aulas reiniciarem.












Na Escola Isolada do Morro Agudo, os canteiros com alfaces, rabanetes, cebolinhas verde ocuparam áreas onde existiam brita junto ao muro. Quando a horta da escola passa a fazer parte do currículo, as crianças aprendem sobre ciclos alimentares e ciclos de plantio, cultivo, colheita, compostagem e reciclagem, aprendem que solos férteis são solos vivos, que em cada centímetro cúbico de solo existem bilhões de bichinhos que são responsáveis por muitas transformações essenciais na manutenção da vida na terra. Os alunos da 3ª e 4ª séries colocaram a mão na terra e as outras turmas deram uma ajuda. A merendeira tá caprichando em colocar os restos de cascas na composteira, demonstrando pro pessoal que matéria orgânica não é lixo, é adubo!







































A Escola Reunida Avani da Silva Santos, no Bairro Freitas aumentou a quantidade de árvores no Pátio. Foram plantados dois corredores com palmeiras Juçara, o nosso palmito, ipês, pau Brasil e outras, ampliando os conhecimentos sobre as relações água-solo-seres vivos na identificação de algumas consequências das intervenções humanas no ambiente escolar, solos recobertos com britas e solos com plantas. Elas crescem a cada dia, e os alunos estão realmente aprendendo como cuidar. As professoras aproveitaram a presença das minhocas no solo para aprofundar os estudos sobre estes animais tão importantes, e fizemos minhocoscópios para observá-las na sala de aula. Já se conversa sobre as futuras conseqüências destas intervenções no ambiente escolar: mais sombra, pássaros, borboletas, matéria orgânica. Daí, claro, também já estamos aprendendo que os cuidados com o pátio são uma tarefa prazerosa para todos da escola, e não apenas para as merendeiras. Na horta o mesmo esquema das outras escolas: aprenderam a fazer as mudinhas dentro de rolinhos de papel higiênico, o que evita danificar as raízes na hora do transplantes...e a colheita também foi feita...e o moranguinho, ah ele é um sucesso!..e para manter os canteiros ocupados com plantas durante o período de férias escolares feijão e amendoim foi a solução, pois não demandam cuidados especiais e serão colhidos quando os alunos retornarem as aulas. A escola também participou do início do plantio das árvores Nativas para a recuperação da Mata Ciliar no Bairro do Freitas. Cada dupla de alunos adotou uma espécie Nativa que catalogadas serão acompanhadas pelas duas escolas envolvidas no projeto



























A Escola Isolado Morro do Freitas, no Bairro Morro do Freitas além do plantio de árvores nativas e frutíferas e a construção de canteiros que produziram temperos, pimentões, couves, espinafres e alfaces usados na merenda dos alunos. Aliás, que escola pra todo mundo gostar de comer verduras e legumes...estão de parabéns... Nos canteiros foram colocadas placas de identificação também feitas pelos alunos provocando na escola grandes mudanças desde o inicio do projeto. Além das melhorias do pátio da escola, as turmas estão envolvidas no projeto de recuperação da Mata Ciliar na propriedade do Sr. Adão e Dona Ema, que trabalham também com a produção de farinha de mandioca. Aqui fica um agradecimento especial a este casal que abraçou a nossa proposta e está dando a oportunidade às Escolas do Freitas e do Morro do Freitas de se envolver num projeto tão importante de proteção e recuperação de um curso d´água.








A Escola Básica Ivo Silveira no Bairro da Penha, Além das atividades realizadas no Pátio da escola realizamos algumas trilhas Ecológicas na RPPN Reserva Passarim com turmas do pré a quarta-série, onde os alunos puderam vivenciar como é o interior da Mata Atlântica, ver como é uma mata ciliar, entender o ciclo da água, as nascentes, os cursos de água cristalina onde é possível beber uma água pura e fresquinha em um copo feito com folha de Caeté, apreciar jardins de bromélias e begônias, a exuberância dos paus jacarés, cedros, perobas, palmitos, canelas e as embaúbas conhecidas pelo nome “Pau de formiga” devido à simbiose entre ela e o inseto. Na escola muitas mudanças ocorreram no Pátio, plantios de ipês roxos e amarelos, aroeiras, gabirobas e palmitos, na horta então quanta mudança, onde antes só tinha cacos de telhas e tijolos e terra seca hoje tem canteiros com alfaces, rabanetes, repolhos, rúculas, radites, repolho roxo e alguns temperos, que foram usados para complementar a merenda ou os alunos levarem para suas casas. Na semana pedagógica o tema Sustentabilidade foi destacado por algumas turmas e nos fez pensar que o desafio do nosso projeto para o próximo ano será a sustentabilidade da horta, com adubação verde, incremento da compostagem, produção das próprias sementes, esquemas de cuidado bem planejados... o tema do aproveitamento dos materiais recicláveis, separação e coleta seletiva e a importância social e econômica da reciclagem foi o tema de uma ótima instalação da 8ª série. dos lixões malcheirosos.

As quartas séries foram visitar o Centro de Triagem de Materiais Recicláveis em Garopaba, no bairro Ambrósio e voltaram empolgados para ajudar a escola a criar o hábito da separação dos materiais. E eles sabem porque: economiza matéria prima, energia, diminui a poluição e acaba com o problema




Agradecemos de coração todas as pessoas que colaboraram conosco ao longo deste primeiro ano do Projeto Pátios Ecológicos. Neste ano de 2011 estaremos juntos novamente e, se for possível, por mais tempo ainda. Acreditamos que este trabalho de assessorar as escolas para realizar a educação ambiental na prática seja uma necessidade contínua das escolas. Nós oferecemos apoio para que os professores possam realizar atividades ao ar livre com seus alunos. Já tentaram coordenar uma turminha de 30 numa horta?
Além disso, acreditamos estar trazendo informações úteis aos professores nas trocas de idéias do dia a dia. A continuidade dos trabalhos no pátio para ser uma escola amiga da natureza depende da criação de rotinas e da clareza dos conteúdos que podem ser trabalhados nestas atividades. Esta construção conjunta com as equipes das escolas também é um objetivo do Pátios Ecológicos.
No mais, a educação para que a humanidade aprenda a preservar o planeta depende de entusiasmo, amor, positividade, alegria e elogios. Assim, pedimos a todos que estão lendo este texto que acolham de boa vontade as sugestões e dicas ecológicas que seus filhos levarem para casa. E se algum adulto quiser ser parceiro de escola apoiando os professores nos trabalho nos pátios, em nome das escolas dizemos: são muito bem vindos.